Possíveis temas de Redação para o ENEM2012

T E M A  1
A INTOLERÂNCIA AINDA ESTÁ PRESENTE NO COTIDIANO

por Guilherme Freitas

Li na internet três notícias que relatavam atos de intolerância, racismo e xenofobia. Elas ocorreram em três lugares diferentes (duas delas no Brasil e a outra nos Estados Unidos), mas contém a mesma quantidade de ignorância. São matérias que revelam que ainda estamos longe de viver em harmonia com nossos semelhantes, que mostram como o ser humano é perverso.
O primeiro fato aconteceu na capital da Bahia, Salvador. Um empresário paulista foi preso acusado de racismo. Uma vendedora de acarajé o acusou de tela ofendido de “negrinha” e ainda lhe empurrado com violência. Após fazer exame de corpo de delito ela deu parte na polícia e o empresário foi preso. No site do Folha.com, onde a matéria foi divulgada, comentários com teor racial eram postados. Muitos a favor do orgulho à raça branca e outros do orgulho à raça negra. Um lamentável exemplo de intolerância. Afinal, somos nós cachorros para ter raça? A resposta é não, somos todos iguais: seres humanos.
A segunda, li numa edição da Folha de S. Paulo. A correspondente do jornal nos Estados Unidos, Andrea Murta, entrevistou o líder do Movimento Nacional Socialista, o neonazista Charles Wilson. Fã da Ku Klux Klan (KKK), o americano defende que os Estados


Unidos devem ser puros, brancos e sem imigrantes. “A nação americana deveria ter cidadãos apenas de puro sangue branco. O resto deve ser devolvido a seus países”. Simples assim, despachando o restante (negros, índios, latinos, judeus, asiáticos) como se fosse uma encomenda.

Por fim, uma manifestação virtual e odiosa. Uma comunidade no Orkut chamada “Odeio nordestinos” foi denunciada, assim como seus membros e comentários recheados de preconceitos. O caso repercutiu e foi amplamente divulgado no Nordeste (veja aqui uma matéria do JC Online). A comunidade foi deletada e seus membros, compostos na maioria por paulistas e sulistas, sumiram do site. Um exemplo claro de intolerância e covardia por parte dos usuários que agora cobrem suas caras. Curioso é que nas férias de verão e no carnaval muitos paulistas e sulistas correm justamente para onde? Para o Nordeste. O mais ridículo é ver alguns “brasileiros” se dizerem 100% arianos (brancos). É praticamente impossível esta constatação, afinal, o Brasil é famoso por sua grande e bela miscigenação.
Estes são apenas três exemplos de muita intolerância que ocorrem ainda hoje, século 21. Preconceito social, racismo e xenofobia, sem falar no machismo, agressão a cultura alheia e nos vários problemas envolvendo religiões. Ainda estamos muito longe de viver em um mundo sem tamanha ignorância. E infelizmente, tenho poucas esperanças que um dia viveremos em paz.
[Texto adaptado] Disponível em: http://blogdacomunicacao.com.br/a-intolerancia-ainda-esta-presente-no-cotidiano/



T E M A  2
Ética e corrupção no Brasil


A ética é a referência a princípios humanitários fundamentais, comuns a todos os povos, nações, religiões e outras tantas comunidades. A falta e a quebra da ética ameaçam todos os setores e aspectos da vida e da cultura de um país, sobretudo quando acontece na esfera política, o efeito é mais destruidor. Isto se dá porque a política é o ponto de equilíbrio de uma nação e o político deve ser um exemplo para a sociedade.
Quando a política não realiza sua função de ser a instância que faz valer a vontade e o interesse coletivo, rompe-se a confiabilidade e o tecido político e social do país. O mesmo acontece quando a classe política apoia-se no poder público para fazer valer seus interesses privados.
Tema recorrente no Enem, a ética tem sido o principal regulador do desenvolvimento histórico-cultural da humanidade. A equipe de professores do Klick Educação responde abaixo dúvidas comuns sobre a corrupção. Veja:

Qual a origem da corrupção no Brasil?
A corrupção tem raízes profundas e históricas que estão associadas à nossa formação. O modelo de Estado e sociedade que se desenvolveu no Brasil era semelhante à cultura política portuguesa. Sérgio Buarque de Holanda em seu livro "Raízes do Brasil", quando fala dessa formação, cita a nossa herança rural e patriarcal baseada no personalismo. Esses elementos produziram uma dificuldade de separar o público do privado e de criar regras impessoais de sociabilidade. No Brasil, a coisa pública sempre foi tratada como 'coisa nossa' e há uma enorme dificuldade de convivência social a partir de normas impessoais. É nesse cenário - que o autor chama de cordialidade - que está a raiz da corrupção.

Quais os mecanismos para evitar a corrupção?
É preciso construir maior transparência entre a sociedade civil e o poder público, de forma que a sociedade - por meio de informação livre - possa exercer um maior controle sobre as ações dos poderes públicos.

A corrupção que o Brasil vive é maior ou menor que no tempo do Império?
É difícil precisar isso, pois as informações naquela época não eram livres. Entretanto, sabe-se de casos de corrupção tanto no período colonial como no período imperial. A corrupção era uma prática comum no Estado português e foi transferida para o Brasil quando da chegada da Corte em 1808.

Podemos relacionar a vinda da Família Real ao Brasil e a corrupção nos dias de hoje?
Em 1810, cantava-se nas ruas do Rio de Janeiro: "Quem rouba pouco é ladrão, quem rouba muito é barão. E quem mais rouba e esconde passa de barão a visconde".  Esses versos mostram que a corrupção e a impunidade eram práticas comuns e conhecidas pela sociedade da época.

Há relatos sobre o primeiro caso de prisão devido à corrupção?
O primeiro caso de corrupção no Brasil que se tem notícia remonta ao período colonial, quando um funcionário público foi preso na Bahia por desviar dinheiro público. Ele contratou um advogado que o defendeu e foi solto rapidamente. Sugiro a leitura dos poemas de Gregório de Matos, que já falava de atos corruptos e ilegais na sociedade colonial.

O que significa corrupção?
A palavra corrupção deriva do latim corruptos que, numa primeira acepção, significa quebrado em pedaços e numa segunda acepção, apodrecido, pútrido. Por conseguinte, o verbo corromper significa tornar pútrido, podre.
Numa definição ampla, corrupção política significa o uso ilegal do poder político e financeiro de organismos ou agências governamentais com o objetivo de transferir renda pública ou privada de maneira criminosa para determinados indivíduos ou grupos de indivíduos ligados por quaisquer laços de interesse comum como, por exemplo, negócios, localidade de moradia, etnia ou de fé religiosa.

A população brasileira é conivente com a corrupção?
A população brasileira padece do analfabetismo político, ou seja, é acometida de total desinteresse e desconhecimento da esfera pública. Isso impede que as pessoas tenham consciência de que a corrupção é um grande obstáculo para o desenvolvimento do País. Por exemplo, em casos de desvio de verba pública, é a educação, a saúde, a infraestrutura quem perde, acentuando o atraso econômico.

Considerando os inúmeros escândalos de corrupção no Brasil, principalmente dos políticos, qual o papel do cidadão para controlar e exigir as punições necessárias?
No estado de direito democrático, a principal arma do cidadão é o voto, pois impede que políticos corruptos sejam eleitos ou reeleitos. A pressão popular também pode sensibilizar o Poder Judiciário e impedir a impunidade.

Como o Ministério Público e as instituições não governamentais atuam no controle e combate à corrupção?
O terceiro setor está mobilizado. São instituições que procuram monitorar os casos de corrupção e pressionar os poderes Legislativo e Judiciário no sentido de combater essa prática. Outro ator social que adquiriu relevo no combate à corrupção nos últimos tempos é o Ministério Público, que procura ser um fiscal das ações do Poder Executivo.

Qual seria o melhor instrumento de combate à corrupção dos países latinos?
Uma aposta dos países latinos para combater a corrupção seria o aperfeiçoamento e a reforma do sistema judiciário, tornando-o mais rápido e eficiente, impedindo que se mantenha a cultura da impunidade. 

Quais os tipos mais comuns de corrupção?
Os tipos de corrupção mais comuns são: suborno ou propina, nepotismo, extorsão e tráfico de influência.

Nepotismo
Termo utilizado para designar o favorecimento de parentes em detrimento de pessoas mais qualificadas, especialmente no que diz respeito à nomeação ou elevação de cargos. Um exemplo comum de nepotismo ocorre quando um funcionário é promovido por ter relações de parentesco com aquele que o promove, havendo pessoas mais qualificadas e mais merecedoras da promoção. Por a legislação brasileira permitir uma leitura relativizada de nepotismo como crime, em 2008 o Supremo Tribunal Federal aprovou o entendimento de proibição da prática nos três poderes.  

Propina ou suborno
Prática de prometer, oferecer ou pagar a uma autoridade, governante, funcionário público ou profissional da iniciativa privada qualquer quantidade de dinheiro ou quaisquer outros favores (monetários ou não) para que a pessoa em questão deixe de se portar eticamente com seus deveres profissionais é considerada propina. No caso dos políticos, por exemplo, é comum receberem contribuições de campanha e outros pagamentos de grandes empresas para tomarem decisões em seu favor quando eleitos. Na prática, pagar propina leva ao ato de subornar, que é ilícito.

Extorsão
Ato de obrigar alguém a fazer ou deixar de fazer alguma coisa, por meio de ameaça ou violência, com a intenção de obter vantagem, recompensa, dinheiro.

Exemplo: Um político é descoberto em um esquema de corrupção por um colega, este colega passa a exigir dinheiro ou ajuda de qualquer natureza para que este não o denuncie. Esta prática sempre revela na verdade duas ou mais pessoas corruptas em ato.

Tráfico de influências
Muito associado ao lobby (prática de influenciar, aberta ou secretamente, as decisões do poder público em favor de seus interesses), que no Brasil não é crime, o tráfico de influências é semelhante na prática com a diferença de que o que se busca obter são favores irregulares. 
Algumas práticas que configuram o tráfico de influência: Utilização de informação governamental privilegiada para fins pessoais ou de pessoas amigas ou parentes; compra e venda de sentenças judiciárias, recebimento de presentes ou de serviços de alto valor por autoridades.  

Assista ao vídeo e reflita


T E M A  3

As relações humanas e o mundo virtual

Quantas vezes ao dia você escreve no mural de seus amigos de Facebook? Como você os cumprimenta por seus aniversários: com encontros, telefonemas ou um scrap do Orkut? Já teve alguma conversa séria com alguém  pelo MSN? Muito se discute sobre as redes sociais e amizades virtuais que nos cercam e as opiniões podem chegar a opostos extremos. Outro dia, conversava com alguns amigos sobre isso e chegamos a algumas conclusões bem interessantes. E acredito que esses relacionamentos virtuais podem ser bem bacanas, sim.
A impressão que tenho é que em princípio grande parte das pessoas com mais de 30 anos abomina essa forma mais mecânica – ou melhor, eletrônica ­– de manter relacionamentos. Os argumentos são aqueles bem conhecidos: a falta de contato humano, a impessoalidade, frieza e ausência de sentimentos mais ternos. Concordo. Afinal, o que lhe faz sentir mais especial: receber um SMS, um e-mail ou uma carta pelo correio? Eu mesmo não envio uma carta há anos e confesso que muitas vezes, na companhia real de amigos, fico enviando torpedos ou atualizando o Twitter (mas já diminuí bastante e estou bem melhor nesse aspecto! hehe).
Por outro lado, é incrível como a Internet pode aproximar pessoas que dificilmente se encontrariam algum dia. Uma grande amiga, por exemplo, mantém-se em contato conosco pessoalmente mesmo. É leitora ávida dos livros da escritora Jane Austen , e há alguns anos entrou em uma comunidade do Orkut que reúne outros fãs da escritora inglesa. Comentando os livros e adaptações destes para TV e cinema, construíram uma amizade tão sólida a ponto de se reunirem frequentemente em lugares tão distantes como Fortaleza, Curitiba, Brasília e São Paulo. Durante a última Mostra de Cinema, eu as encontrei por acaso, saindo de uma livraria; um grupo de quase 10 amigas do Brasil todo. Daniele, minha amiga paulistana, era a anfitriã da vez e já tinha um roteiro planejado para mostrá-las o melhor da cidade ao longo do feriado prolongado, além de hospedar algumas delas em casa. O mesmo havia acontecido em Brasília em maio, e elas não pensam em parar de rodar o país. Outro amigo viajou pelo Brasil e conheceu algumas cidades do Nordeste, graças à companhia de seus seguidores do Twitter e agora mesmo está na Europa aproveitando várias dicas que conseguiu on-line.  
As chances de essas pessoas todas se conhecerem pessoalmente em um primeiro contato são muito pequenas. Daniele, veja só, não tinha ninguém com quem compartilhar suas discussões sobre os romances de Austen e Carlos, o twitteiro/viajante, talvez teria gastado muito mais dinheiro e deixado de conhecer lugares especiais se não fosse a camaradagem de seus amigos inicialmente virtuais. Por isso, defendo essas “novas relações”.
Como tudo mais na vida, é preciso ter equilíbrio. Não se deixar levar pelo isolamento humano, claro, mas saber explorar o máximo das vantagens que essa mídia nos permite. Aliás, esse post foi em parte inspirado pelo filme “A Rede Social ”, que recomendo. Como se vê, a comunicação virtual é mais que definitiva e resistir a ela é tornar-se obsoleto. Então permita-se ir um pouco além do que está acostumado. Mas continue chamando seus amigos regularmente para um almoço ou uma boa e velha conversa de bar!




T E M A  4

HOMOFOBIA

  Brasília - A comissão de juristas do Senado responsável por propor o novo Código Penal pretende tornar crime a homofobia e ampliar a quantidade de situações em que uma pessoa pode responder na Justiça por discriminação. Pelo texto, poderá ser processado quem pratica discriminação ou preconceito por motivo de gênero, identidade ou orientação sexual e também em razão da procedência regional.
 Pela legislação atual, só podem responder a processo judicial quem discrimina por causa da raça, da cor, da etnia, da religião ou da procedência nacional. Assim como na legislação em vigor, que segue a Constituição Federal, a conduta será considerada imprescritível (o discriminado pode processar a qualquer momento), inafiançável e não passível de perdão ou indulto.
  A comissão manteve para os crimes a mesma pena aplicada hoje pela Lei 7.716, de 1989, que define os crimes resultantes de preconceito de raça ou cor: de 2 a 5 anos de prisão. A ideia é incorporar toda essa legislação ao novo Código. A pena para a prática pode ser aumentada em um terço até a metade caso a discriminação tenha sido cometida contra menores.


      Os juristas decidiram apresentar um rol de condutas que seriam consideradas discriminatórias. Entre elas, impedir o acesso de alguém, devidamente habilitado, a uma repartição pública ou privada, assim como a promoção funcional de alguém, por exemplo, pelo fato de ser mulher, homossexual ou nordestino. O crime também estaria configurado se a discriminação ocorrer em meios de comunicação e na internet.

 O presidente da comissão e ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Gilson Dipp, considerou um avanço a proposta aprovada. A comissão tinha prazo até o fim do mês para entregar o anteprojeto ao presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP). Os trabalhos, porém, foram prorrogados até o dia 25 de junho. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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